Deixa eu te contar uma história.

No final de 2014 eu estava no fim do meu sabático e tive que fazer uma escolha muito difícil. De um lado, eu poderia viver o sonho que alguns irmãos sonharam pra mim: ser pastor. Do outro lado, fazer uma revisão daquela jornada, com a qual eu sonhava noites a fio, desde criança: ser artista.  

Então, reuni meus conselheiros, meditei em todas as suas palavras, continuei em oração diária e busquei me afastar do medo para ouvir meu coração. Finalmente decidi: vou voltar para a estrada, mas agora diferente: vou ao teatros e no formato one-man-band.

Nasceu o espetáculo Eu Sarau e a estreia foi surpreendente. Imagine ficar um ano longe dos palcos, o frio na barriga, será que vai aparecer alguém? Duas sessões lotadas no pequeno e saudoso Eva Herz no centro do Rio de Janeiro. Um sinal para prosseguir.

Era ano novo persa, o início do nosso outono, uma data que se tornou o marco inicial da carreira solo: 21 de Março de 2015. Muitos disseram que seria loucura: teatro, sem patrocínio, contando apenas com ingressos, brasileiro não investe em cultura, mitos que vimos cair à medida que continuei a seguir em frente.

Se aproxima a estação da coragem – daquele primeiro passo – com ela um novo álbum. Anote bem essa data 20 de Março de 2025, dez anos depois do primeiro show no Eva Herz, vamos deixar em sua porta um presente de outono: CALADO. Meu novo álbum.

Se você está aqui é porque recebeu um convite especial para ouvir antes. São 35 minutos e 38 segundos de uma trilha que nos leva do barulho ao silêncio, da angústia à um estado de espírito pacificado. Um convite pra ganhar profundidade. Dedique esse tempo exclusivamente para essa viagem. Ouça com seus afetos. E quando terminar, se fizer sentido, conte aos outros essa história.